Texto bíblico: “Mas ele
sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como ouro. Nas suas pisadas os meus pés
se afirmaram; guardei o seu caminho e não me desviei dele. Do preceito de seus
lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu
alimento.” (Jó 23.10-12)
Introdução: O silêncio de Deus incomoda a qualquer pessoa que
tem intimidade com Ele. Porém, se Deus está em silêncio é porque Ele está
trabalhando. Deus silenciou com Abraão por um período de 13 anos (Gn 16. 16;
17. 1). Quando Isaque nasceu o Senhor mais uma vez provou a Abraão com o
silêncio (Gn 22. 1, 2). José enfrentou o silêncio de Deus depois dos sonhos que
tivera (Gn 37), quando foi levado escravo pelos midianitas. O Senhor revelou a
José a sua exaltação, mas não revelou o poço, as algemas, a traição, a sedução,
a cadeia, as humilhações. O caso clássico que incomoda é a vida do patriarca
Jó. O
livro inteiro trata do problema da dor e do sofrimento. Jó volta-se
particularmente para o problema do sofrimento inocente. Ao mesmo tempo, parece
que este problema é ocasião para uma lição sobre viver pela fé. O livro é uma
afirmação da glória e perfeição do Senhor, aquele que é digno de ser adorado e
louvado. Observe que a acusação de Satanás concernente ao "serviço egoísta"
de Jó é, na realidade, uma acusação contra o próprio Deus. Satanás está
afirmando que não há outra razão para um homem servir a Deus se não pelas
bênçãos físicas e assim Deus precisa subornar o homem com bênçãos materiais
para receber adoração dele. A fidelidade de Jó no meio da tribulação prova ser
a defesa do Senhor.
I.
QUEM ERA JÓ? (Jó 1-3)
1.
“Sincero,
reto, temente a Deus e desviava-se do mal” (v. 1)
2.
Pai
de sete filhos e três filhas (v. 2)
3.
O
maior do Oriente (v. 3). Traduzindo para hoje, suas riquezas consistiam em:
a.
Sete
mil ovelhas = a ovelha da lã = indústria
têxtil;
b. Três mil camelos = transporte da época
para pessoas = empresa de passageiros;
c.
Quinhentas
juntas de bois = aravam a terra = agricultor,
produtor rural;
d. Quinhentas jumentas = transporte de
carga da época = equivale hoje a uma
transportadora;
e.
Muitíssima
gente ao seu serviço.
4. Na primeira
confrontação de Satanás com Deus, Satanás acusa Jó de possuir uma piedade
interesseira.
a.
Satanás
sustenta que se Jó for privado de suas bênçãos materiais, ele cessará de servir
ao Senhor.
b.
O
Senhor concede a Satanás poder para retirar tudo o que Jó tem, mas impede-o de
ferir a pessoa de Jó.
5.
Na
segunda confrontação, quando defrontado com a fidelidade de Jó, Satanás afirma
que Jó renunciará ao Senhor uma vez que sua pessoa real tenha sido afetada.
Deve-se notar que:
a.
Satanás não tem poder para afligir Jó, a menos que Deus lho permita.
b.
Satanás, mesmo no seu desejo de tentar destruir, realmente serve aos propósitos
de Deus.
II.
O QUE ACONTECEU COM JÓ? (Jó 1. 8-21)
1.
De
“um dia para o outro” perdeu tudo (VV 14-19);
2.
Perdeu
a saúde, bens, filhos e quase perde a esposa (2. 7-10);
3.
Jó
enfrentou sete calamidades:
a.
Calamidade
social – os sabeus roubaram os bois e as jumentas (1. 15);
b.
Calamidade
sobrenatural – Fogo de Deus caiu do céu queimando todas as ovelhas 91. 16);
c.
Calamidade
política – Os caudeus em três bandos levaram os camelos (1. 17);
d.
Calamidade
meteorológica – Um tufão bate na casa onde estão os filhos de Jó e os mata (1. 19);
e.
Calamidade
física – Uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça (2.
6,7);
f.
Calamidade
doméstica – conselho da mulher para desviar da fé e praticar a eutanásia (2.
9);
g.
Calamidade
teológica – acusação de Elifaz, Bildade e Zofar.
4.
Quando
Jó mais precisava de uma palavra, Deus ficou em silêncio (cap. 3 a 37);
5.
Por
16 vezes Jó pergunta: por quê?
III.
DEUS QUEBRA O SILÊNCIO (Jó 38)
6.
No
capítulo 38, chegou a vez de Deus quebrar o silêncio. A partir deste capítulo
Deus faz 56 perguntas a Jó.
7. Jó tinha expressado freqüentemente o desejo de
falar com Deus e seu anseio é satisfeito, mas a "discussão" não é
exatamente o que Jó imaginava que seria!
8. Deus interroga Jó a
respeito de seu conhecimento da criação (vs. 4-7).
9. Ele interroga Jó
sobre a origem e o conteúdo do mar (vs. 8-11).
10. Deus pergunta se Jó é
responsável pela aurora de um novo dia (vs. 12-15).
11. A Jó é perguntado se
ele tinha algum conhecimento das profundezas da terra; se tiver, ele é
encorajado a "dizê-lo" (vs. 16-18).
12. Deus quer saber o que
Jó conhece sobre as moradas da luz e das trevas (vs. 19-21).
13. Deus ainda interroga
Jó sobre os elementos (vs. 22-30).
14. Ele quer saber se Jó
inspecionou os tesouros de Deus da neve e do granizo.
IV.
ADORANDO A DEUS
APESAR DO SILÊNCIO
1. Foi Paulo que disse: “... mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças...” (1 Co 10. 13).
2. Em meio as calamidades
sofridas por Jó, ele dá uma declaração de adoração ao Senhor inimaginável: “... O Senhor deu, e o Senhor o tomou;
bendito seja o nome do Senhor” (1. 21).
3. Foi no auge da prova
de Jó que Deus quebrou o silêncio, com nada menos que 56 perguntas.
Conclusão:
O sofrimento desta vida é temporário. O sofrimento de Jó foi intenso, mas não
durou para sempre. É bem provável que ele lembrou, durante o resto da vida,
daquelas experiências doloridas. Mas a crise passou, e a vida continuou. Deus
restaurou as posses dele em porções dobradas. A mesma coisa acontece conosco.
Enfrentamos alguns dias muito difíceis, mas as tempestades passam e a vida
continua. Vivendo na época da nova aliança de Cristo, nós temos uma grande
vantagem. Temos uma esperança bem definida de uma recompensa eterna no céu
(Hebreus 11:13-16,39-40; 12:1-3; 13:14). Qualquer sofrimento é pequeno quando o
colocamos no contexto da eternidade. Nós vamos sofrer nesta vida.
Pessoas que dizem que os filhos de Deus não sofrem são falsos mestres que ou
não conhecem ou não aceitam a palavra do Senhor. Jó perdeu tudo. Jeremias foi
preso. João Batista foi decapitado. Jesus foi crucificado. Estêvão foi
apedrejado. Paulo sofreu naufrágio e prisões. Você, também, vai sofrer. Os
problemas da vida não sugerem falta de fé, e não são provas de algum terrível
pecado na sua vida. Às vezes, as provações vêm como disciplina de Deus (Hebreus
12:6-13); às vezes, não. Mas sempre são oportunidades para crescer (Tiago 1:2-4),
e convites para adorar a Deus (Tiago 5:13; Jó 1:20).
Bíbliografia.
Mensagens que Edificam. Pr. Donizete Inácio de Melo.