sábado, 28 de janeiro de 2012

NEGUE-SE A SI MESMO, E TOME A SUA CRUZ, E SIGA-ME


          No Evangelho de Marcos 8.34, Jesus Cristo chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.

Você já meditou na profundidade das palavras do Senhor Jesus Cristo neste mandamento? Considere as palavras do Senhor e responda a você mesmo, se já renunciou a tudo para seguir as pegadas de Cristo, para que a sua fé não seja vã, mas seja fortalecida pela obediência na palavra do Deus vivo e na esperança da vida eterna. Negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Cristo. Estes são os princípios que verdadeiramente nos conduz a salvação, porque são mandamentos daquele que, tão somente “Ele”, tem poder para salvar, porque em nenhum outro há salvação.Negue-se a si mesmo. É ser desprovido de todo sentimento faccioso como a inveja, vaidade, ciúmes, avareza, soberba, concupiscência da carne, lascívia, ira, desejo de vingança, vícios e outros sentimentos abomináveis ao Senhor.

Negar a si mesmo é oferecer o outro lado da face, é perdoar e amar os vossos inimigos, bendizer os que vos maldizem, fazer bem aos que vos odeiam e orar pelos que vos maltratam e vos perseguem.  Ter a mesma humildade de Cristo, andar em santidade como “Ele” andou, guardando os seus mandamentos fazendo a vontade do Pai. Isso é negar a si mesmo.

O mancebo rico perguntou a Jesus o que deveria fazer para herdar a vida eterna, o Senhor lhe disse que deveria guardar os mandamentos, ele respondeu a Jesus que já fazia isso desde a sua mocidade. A palavra afirma que Cristo o amou e disse-lhe: “Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me.  Mas ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades” (Marcos 10.17 a 22).

Aquele homem sentia o desejo de ver a glória de Deus e buscou a Jesus Cristo, o qual lhe tendo ensinado o caminho que leva a salvação e a renúncia que o seu desejo exigia, recusou-se em negar-se a si mesmo, em abandonar os bens desta vida, à esperança de um tesouro no céu, algo lhe infinitamente maior do que toda a riqueza deste mundo. Porque negar-se a si mesmo para seguir as pegadas de Jesus exige desapego, abdicação dos prazeres da carne para viver uma vida espiritual sob a égide do Senhor. 

Então disse Jesus: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.  Que importa ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

Lamentavelmente, hoje, muitos estão no mesmo caminho daquele mancebo rico, procuram servir a Jesus com único interesse nas coisas deste mundo, querem viver na abundância dos prazeres da carne, em regalia esplêndida, mas não querem compromisso com Deus, não renunciam a si mesmo para servir o Senhor.

 Abandonaram a graça do Senhor Jesus, pelas prosperidades materiais que são coisas pequenas, inúteis e vãs, diante da grandeza da glória do Senhor e da vida eterna no reino de Deus, juntamente com Jesus Cristo e todos os seus santos anjos.

TOME A SUA CRUZ - Em Mateus 10.38 disse Jesus: Quem não toma a sua cruz e não segue após mim, não é digno de mim.

Tomar a sua cruz é assumir o compromisso definitivo com o Evangelho de Cristo. É o arrependimento, a conversão, o abandono do pecado, e o entregar-se à inteira dispensação do Senhor cumprindo os mandamentos de Cristo e fazendo a vontade do Pai.

            Tomar a sua cruz é imitar o gesto do homem de Deus, o qual, sob o completo domínio de Cristo, disse: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gálatas 2.20).

Tomar a sua cruz é amar a Deus acima de todas as coisas e ao seu próximo como Cristo nos amou, se necessário, dar a sua vida por ele.

A palavra do Senhor diz que se você não ama o seu irmão, o qual você vê, como poderá amar a Deus o qual não vê? Quem assim procede é mentiroso, e os mentirosos não herdarão o reino de Deus.
Tomar a sua cruz é entrar pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

Lucas 14.33 - Disse Jesus: Assim, pois, qualquer de vós que não renunciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.

COMO SEGUIR A JESUS - Seguir a Jesus é andar no mesmo caminho que “Ele” andou em toda a sua boa maneira de viver. Andar na humildade, na fé, na caridade, no amor ao próximo, na coragem de dar a sua vida pelo seu semelhante, na confiança que Deus era com “Ele” e não O abandonaria em nenhum momento da sua vida.

            Na Carta do Apóstolo Paulo aos Efésios 5:1, 2 a palavra do Senhor diz: Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

            Filipenses 2:5 - Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.
            Jesus não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. É exatamente assim que o servo de Deus deve andar, como verdadeiro imitador de Jesus Cristo em toda boa obra, seguindo o seu exemplo e testemunho de vida, procurando imitá-lo em sua perfeição. Isto é seguir a Jesus.

Efésios 3:17 e 4:2 - E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.

Seguir a Jesus é ser participante das suas aflições, alegrar-se nas provas e tribulações como nos testemunhos dos nossos irmãos, que sofreram por amor ao nome do Senhor Jesus Cristo, porque tinha a certeza da glória que lhes estava reservada. Vejamos:

II Coríntios 1.5 - Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo.

Colossenses – 1.24 - Regozijo-me, agora, no qu
e padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja.

I Pedro 4.12, 13, diz: Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.

I Pedro 5.1 Aos presbíteros que estão entre vós admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:

Seguir a Jesus é ouvir a sua voz e conhecê-lo: Evangelho de João 10. 14 e 27 - Disse Jesus: Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem.

Ao contrário do que imaginam aqueles que não conhecem a Deus, seguir a Jesus não é nenhum martírio, exige sim a renúncia das coisas mundanas, o que nos faz muito mais saudáveis e nos fortalece tanto material como espiritualmente, antes é prazeroso e gratificante servir ao Deus vivo verdadeiramente em espírito e em verdade.

A palavra do Senhor em I Coríntios 10.13 diz: Fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. E no Evangelho de Mateus 11:28 a 30 disse Jesus: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma.  Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

Em I João 5.3 diz: Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.   Portanto amados em Cristo, não há razão para nos inquietarmos, o Senhor não nos dará uma prova acima daquilo que possamos suportar, porque o seu fardo é leve, o jugo suave e os seus mandamentos não são pesados.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

AS BENÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE A IGREJA – LIÇÃO 05

TEXTO ÁUREO“Bendito Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais  nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nEle antes da fundação Do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor”  (Ef 1.3,4).

VERDADE PRÁTICA: Se observarmos a Palavra de Deus, experimentaremos a verdadeira prosperidade: a comunhão plena, em Cristo, com o Pai Celeste.

LEITURA EM CLASSE: Gálatas 3. 2-9

Introdução
 Hoje estudaremos as bênçãos prometidas por Deus especificamente a Israel. E depois as que destinou a igreja. Descobriremos que através de Cristo, receberemos todos os  benefícios de conhecer a Deus – fomos escolhidos para receber a salvação, perdoados e depois adotados como seus filhos, recebemos os dons do Espírito Santo, o poder de fazer a vontade divina e a esperança da vida eterna com Cristo. É isto que o apóstolo Paulo quer dizer quando diz “o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”.


I.              ABRAÃO E O ASPECTO PESSOAL DA BENÇÃO

1.    O alcance individual da benção
Na Palavra de Deus nós descobrimos que Deus trata com pessoas e não somente com nações. Nós iremos aprender isso com Abraão, quando Deus o chamou em Ur dos Caudeus, ele não saiu de sua terra com expectativas materiais e financeiras, mas saiu pra cumprir a vontade divina. Por sua obediência a Palavra de Deus, Ele o abençoou com bens materiais, em Gênesis 24. 35 nos diz: “O Senhor abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido; e deu-lhes ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentas”.


2.    O alcance social das bênçãos
A vida de Abraão foi cheia de fé. Por ordem de Deus, ele saiu de sua casa e foi para outra terra – obedecendo sem questionar. A promessa de Deus a Abraão revela que, desde os primórdio da raça humana, o propósito do evangelho era abençoar todas as nações. Em Gênesis 12. 03 diz: “Em ti serão benditas todas as nações da terra”. Aqui nós entendemos que a través da obediência de Abraão, todas as nações seriam abençoadas com a salvação em Cristo Jesus. Em Gálatas 3. 08,09 nos diz: “Ora, tendo as escrituras previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: todas a nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão”.


II.            ISRAEL E O ASPECTO NACIONAL DA BENÇÃO

1.    O alcance geográfico da benção
Como povo Israel precisava de uma terra para habitar, por isso Deus disse a Abraão que faria dele uma grande nação, e daria a terra de Canaã como herança perpétua a ele e seus descendentes. Abraão partiu em direção à promessa de Deus, para um futuro de bênçãos.


2.    O alcance político das bênçãos
Israel estava localizada em um meio hostil, por isso, dependia da guarda divina. Como propriedade particular de Deus, Israel veio a ser respeitada e temida. A Palavra de Deus nos diz: “E todos os povos da terra verão que és chamada pelo nome do Senhor e terão temor de ti’.


3.    O alcance global das bênçãos
Em Gálatas 3. 8 nós aprendemos que os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que tem fé, o próprio Abraão foi salvo pela fé, a Palavra de Deus em Gênesis 15. 06 nos diz: “Abraão creu no Senhor, e foi lhe imputado isso por justiça”. O termo “crer” aqui, significa perseverar confiando e crendo, Abraão era um homem dedicado a Deus, sempre confiante, obediente e submisso. A promessa feita a Abraão se referia a salvação gratuitamente oferecida por Jesus a todos os povos. Em Gênesis 12. 03, Deus disse a Abraão “Em ti serão benditas todas as famílias das terra”. Entendemos que desde o princípio da criação, o plano de Deus para salvação tem sido global e vemos isso ao longo do Antigo Testamento, indivíduos e nações que abençoaram os descendentes de Abraão foram abençoados por Deus; aqueles que o perseguiram sofreram as maldições de Deus. Por conseguinte, a benção da salvação não era apenas para a posteridade de Abraão, mas também para todos os povos. Acredito que as bençãos destinadas a Israel  eram exclusivas, mas também acredito que somos alvos da bondade eterna de Deus e como Israel, somos também abençoados.
  

III.           A IGREJA E O APSECTO UNIVERSAL DA BENÇÃO

1.    Transitório versus eterno
Aqui nós entendemos que, o que foi prometido na Antiga Aliança tem o seu pleno cumprimento na Nova Aliança. No Antigo Pacto era transitória, passageiro no Novo Pacto é permanente. A Antiga Aliança era mera sombra de coisas superiores por vir. Como tal, não possuía em si mesma a substância da vontade de Deus, que é eterna e celestial. Por conseguinte, a sua natureza era limitada em vários aspectos. Não só se restringia a um povo em particular, a nação de Israel, como era regulada pela condição de duas partes, Deus e o povo. Além disso, tal aliança, limitada a um tempo, era terrena, não possuindo o poder de aperfeiçoar os que nela confiavam. E, por todos esses motivos, diz-se que a aliança do Sinai era imperfeita. A Lei era maravilhosa porque , embora nos condenasse, apontava para Cristo. Com o Novo Pacto, No entanto, a Lei e a promessa são cumprida. Cristo veio. Pela fé podemos ser justificados diante de Deus.


2.    Material versus espiritual
As bênçãos da Antiga Aliança incluíam bois, jumentos, ovelhas, prata e ouro. As da Nova Aliança fazem referência a justificação Gálatas 2. 16, 21; ao dom do Espírito Santo, Gálatas 3, 2; a herança espiritual de filhos de Deus Romanos 8. 2. Essas bênçãos são exclusivas para os crentes do Novo Pacto. O Novo Pacto e o melhor caminho é a aliança da graça – a oferta de Cristo para perdoar os nossos pecados e nos levar a Deus através de sua morte sacrificial. Ela é mais excelente porque as promessas do pacto mosaico eram condicionais, terrenas, carnais e temporárias, enquanto as promessas do Novo Testamento são incondicionais, espirituais e eternas. O Pai Celestial já nos abençoou e já nos deu toda sorte de bênçãos (Ef 1.3). Estas bênçãos chegam até nós por meio de Cristo Jesus e são aplicadas em nós pelo Espírito Santo. Pela ação do Espírito Santo as bênçãos espirituais passam a ser realidade na vida dos filhos de Deus.  


3.    Pobreza e riqueza
O Novo testamento não condena a posse de bens materiais e o gozo de plena saúde, em 3 João 2 nós encontramos João preocupado com o bem estar físico e espiritual  de Gaio. E aqui nós descobrimos que Deus está preocupado tanto com o nosso corpo como nossa alma e como crente devemos cuidar da nossas necessidades físicas e da disciplina do nosso corpo, de forma que venhamos estar bem para servir a Deus. Não se deve esquecer que na igreja à irmãos carentes e enfermos (1 Tm 5. 23; 2 Tm 4. 20). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua lei aos israelitas, mostrou-lhe também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio de povo (Dt 15. 7-11). Declarou-lhes, em seguida o seu alvo global: Somente para que entre ti não haja pobre; pois o Senhor abundantemente te abençoará na terra que o Senhor, teu Deus te dará por herança, para a possuíres" (Dt 15. 4) . O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade]. Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica.

Conclusão
Nós cristãos um dia gozaremos de todos os privilégios especiais de nossa cidade celestial porque pertencemos a Cristo. Não devemos nos prender tanto a esta vida. Jesus nos advertiu em Mateus 6. 21 “Porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração” Por esse motivo, coloquemos o Senhor Jesus sempre em primeiro lugar. "Mais a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Fp 3. 20).Embora o crente sendo cidadão de uma pátria terrena, eles têm uma   cidadania maior e realmente somos estrangeiros nesse mundo. Portanto, permitamos que a Palavra seja um guia parta compreendermos a vontade de Deus no aspecto da prosperidade. Não sejamos tolos, a Bíblia diz: 'sim, podemos ter riquezas'. Mas Ele também afirma 'não', 'não confie nelas'!  Jesus sabia da sedução que os bens terrenos podem exercer sobre nós e por isso advertiu: "Porque onde estiver o seu tesouro, aí estará o seu coração" (Mt 6. 21)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO - LIÇÃO 04



           I-   A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA.

     1.    Prosperidade e consumo
Enquanto os tais doutores encorajavam o consumo e o acúmulo de bens materiais, o Senhor Jesus e seus apóstolos até desencorajam tal idéia:
Mateus 6. 19
Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.  Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

1 Tm 6. 8-10 “tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”

Sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje prosperidade, todavia é importante ressaltar; a prosperidade de acordo com o ensino apostólico, não significa realização material, mas o aprofundamento da comunhão do ser humano com Deus. A bíblia incentiva a perda desses bens:

Fp 3. 7,8, “sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo,”

Lc 18. 22, “Quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens e reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.”

Lc 19. 2,8, “2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, o qual era chefe de publicanos e era rico.
                   8 Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado.”

                   2.    Prosperidade e futuridade
A bíblia nos exorta a não confiar nas riquezas:
1 Tm 6. 19, “manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos;”

A não acumular riquezas:
Mt 6. 19, “Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;”

Se colocarmos o coração nos bens materiais, certamente cairemos na tentação da cobiça:
1 Tm 6. 9,10, ”Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”

Tiago diz que, a confiança nos bens terrenos conduz a opressão e ao engano:
Tg 2.6; 5. 4, “Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não são os ricos os que vos oprimem e os que vos arrastam aos tribunais?
Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.”


II-  A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE DE TER

1.    Tesouro na terra.
O Novo Testamento nos adverte quanto ao perigo da inversão dos valores eternos
Lc 12. 13-21, “Disse-lhe alguém dentre a multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparte comigo a herança. Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós?  E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui. Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.”

2.    Tesouros no céu
Acreditava-se que a riqueza era evidência de salvação! Jesus prontamente corrigiu essa idéia em Lucas 12. 15 “E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui.”
Não se esqueça, Cristo deve ser buscado e almejado, porque nEle estão todos os verdadeiros tesouros e riquezas.


III-   A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA

1.    Uma Igreja com diferentes classes sociais.
Quando a igreja teve início, pessoas de todas as classes sociais agregaram-se a nova fé, em Atos 6. 7, “E divulgava-se a palavra de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé.”

2.    Não esquecer dos pobres.
Os cuidados com os menos favorecidos é um dever da igreja. Gálatas 2.10 “recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres; o que também procurei fazer com diligência.”
Paulo aqui está falando de uma orientação dada por Pedro, Tiago e João. Assim orientado, Paulo iniciou uma campanha para arrecadar donativos para os crentes pobres de Jerusalém. As igrejas gentias generosamente responderam ao apelo do apóstolo. Em Romanos 15. 26 diz: ”Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.” 



Bem aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia mal” (Sl 41. 1).
Fé e obras se completam inseparavelmente na vida daqueles que vivem para Jesus.
Atender ao pobre nas suas necessidades é um preceito bíblico (Lv 23. 22; Dt 15. 11; Sl 41. 1; 82. 3; At 11. 28-30; Gl 2. 10). A missão assistencial da igreja no mundo é a continuação da obra iniciada por Jesus. Assim como Jesus jamais se esqueceu dos pobres, a igreja não deve desprezá-los (Lc 4. 18, 19). O imperativo da Grande Comissão inclui, na essência da mensagem do evangelho, o atendimento das pessoas necessitadas. Ver Mt 25. 35-40; Jo 13. 14, 15).
Ação Social é a ação que busca eliminar as causas das necessidades humanas. Em Dt 15. 10, 11, é uma das referências no AT que fala sobre o nosso dever de ajudar, socorrer os necessitados. Devemos atender o pedinte (Dt 15. 7-10) e ao carente de víveres para sua sobrevivência (Sl 135. 15). A justiça social ordenada por Deus determina que os ricos não desprezem os pobres (Dt 15. 7-11), e que os estrangeiros, as viúvas e os órfãos fossem atendidos em suas necessidades (Êx 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29).
No NT nós encontramos referências que falam a respeito do nosso dever de ajudar os necessitados em Mt 26. 11; Gl 2. 10, aqui estão incluídos os pobres, enfermos, deficientes físicos, crianças, idosos, desamparados, encarcerados bem como os incapazes de retribuir quaisquer favores recebidos (Lc 15. 13, 14). Quando Cristo veio ao mundo, a Palestina estava passando por vários problemas sócio-econômicos, de sorte que muitos o buscavam apenas para saciar a fome (Jo 6. 26). É justamente neste contexto que devemos estudar a ação social da igreja primitiva (At 2. 43-46; 6.1; Rm 15. 25-27; 1 Co 16. 1-4; 2 Co 8; 9; Gl 2. 9; Fl 4. 18, 19).
A igreja primitiva cumpria sua missão social (2 Co 8. 3, 4; 9. 13). A igreja não apenas pregava o evangelho, mas também atendia àqueles que necessitavam de socorro físico e material (Gl 2. 9, 10). Os seguintes princípios devem nortear o serviço social da igreja:            
      a) Mutualidade – isto é, ser generosa, recíproca, solidária;
      b) Responsabilidade – trata-se de privilégio e não obrigação (2 Co 8. 4; 9. 7);
      c) Proporcionalidade – contribuição de acordo com as possibilidades individuais (2 Co 9. 6,7                            A missão da igreja inclui não somente a proclamação do evangelho, mas também a assistência aos pobres, a cura dos enfermos e a libertação dos oprimidos pelo Diabo. Agora responda:  Será que isso se encerrou nos tempos apostólicos ou serve para nós ainda hoje? é um caso a se pensar. sua igreja é assim?

Conclusão
Quando somos bem sucedidos, não devemos confiar no sucesso, mas acreditar em Deus, que nos concedeu os talentos; permanecer humildes, honestos e dependentes; saber que, por alguma razão, recebemos um dever sagrado; não depender de títulos, influências, dinheiro ou posição; confiar diariamente no Criador e saber que, tenhamos muito ou pouco, o seu amor por nós jamais mudará. Ele não se impressiona com riqueza, educação ou poder. O que o impressiona é a nossa confiança sincera nEle.


 Fonte: Lições Bíblicas da Escola Dominical
Márcio Andrade

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Obra Missionária No Século XXI

Introdução
O crente, seja ele pastor, evangelista, missionário, escritor, ensinador, diácono, ou apenas membro da igreja, se não estiver ocupado, procurando trazer outras pessoas a Cristo, está falhando em seu dever na Obra de Deus. Em Atos 1. 8 Jesus instruiu seus discípulos a testemunharem aos povos de todas as nações a respeito dEle. Deus tem um trabalho importante para que cada um de nós realizemos para Ele, mas devemos fazê-lo pelo poder do Espírito Santo.
Neste versículo, umas séries de progressões foram descritas. As Boas Novas deveriam ser pregadas em Jerusalém, depois na Judéia, e Samaria, e finalmente no mundo inteiro. O cristianismo começaria com os judeus devotos em Jerusalém e na Judéia, seria anunciado aos judeus mestiços de Samaria, e depois, aos gentios nos lugares mais remotos da terra.
Podemos considerar que as Boas Novas de Deus não terá seu destino final se alguém em sua família, seu local de trabalho, sua escola ou em sua comunidade ainda não ouviu falar a respeito de Jesus Cristo. Certifique-se de que você está contribuindo de alguma maneira com a propagação da mensagem do amor de Deus.
Jesus prometeu aos discípulos que receberia poder para testemunhar depois de receberem o Espírito Santo. Note a progressão:
1. Eles receberiam o Espírito Santo;
2. que lhes dariam poder;
3. então testemunhariam e alcançariam resultado extraordinários.

Freqüentemente tentamos inverter a ordem e testemunhar por nosso próprio poder e nossa autoridade. O testemunho não é a exibição do que podemos fazer por Deus. É a prova e o testemunho do que Deus fez por nós.
Evangelizar significa proclamar o Evangelho. O evangelista é um mensageiro de boas novas e desempenha a obra de um missionário, levando o evangelho a lugares, onde ainda é desconhecido.
Nós encontramos na Palavra de Deus o exemplo de Filipe, um dos sete diáconos (At 6.5), que se tornou um grande evangelista (At 21.8). Uma ordem de ministério distinto e bem caracterizada, separado dos apóstolos, profetas, pastores e mestres (Ef4.11). Em 2 Timóteo 4.5, encontramos o apóstolo Paulo exortando a Timóteo para fazer a obra de um evangelista. No evangelista a paixão pelas almas atinge o ápice e consumação na forma de ministério que domina e absorve toda a vida.
Um rei muito famoso convida pessoas de todas as idades para levar uma mensagem sua por todo mundo. A recompensa é imensa. Quem está disposto a ser mensageiro do rei? Amados, evangelizar é o emprego da Palavra de Deus por todos os crentes, com o sincero desejo no coração de ganhar almas para Cristo em todos os lugares, em todo o tempo, e por todos os meios. Cada cristão autêntico, tem o privilégio de evangelizar. Todos os crentes estão autorizados e nomeados para esta nobre tarefa.
Que possamos ser despertados para esta grande tarefa a nós confiada, pois muitas são as vidas que clamam por salvação. “Vem e vê os campos brancos já estão aguardando braços que os cegarão” (Harpa Cristã, 224).
Devemos entender também que, se não tivermos uma vida cristã autêntica não conseguiremos cumprir a missão de ganhar almas. O caráter precede a missão. Nosso principal objetivo como igreja é – além de promover e realizar a proclamação do nome de Jesus – buscar a construção de um caráter cristão. Somente uma igreja quebrantada e santa cumprirá a vontade do Mestre. Defendo o sacrifício – não o desnecessário, intencional e auto-definido – como condição de Deus para cumprir uma missão.
Caso desejemos cumprir a missão, não poderemos nos isentar da possibilidade do sacrifício. O texto bíblico onde encontramos essas verdades é Apocalipse 3. Nesta passagem, João, segundo o mandado de Jesus, escreveu cartas as igrejas da Ásia, das quais destacamos a igreja de Laodicéia, cidade fundada por Antíoco II, no século III a.C. – tal nome foi dado à cidade para honrar a Laodice, a esposa de Antíoco. O que foi dito àquela igreja faz-nos refletir sobre nossa própria identidade, bem como uma vida cristã autêntica. Que o senhor Jesus nos ajude a ouvirmos o que Ele falou a Laodicéia com o coração pronto a obedecer. 
Calvino, ao discorrer sobre a busca de uma vida cristã autêntica, afirmou:
Não somos nossos; portanto, nem nossa razão, nem nossa vontade devem presidir nossos planos ou atos; portanto, não tenhamos como objetivo procurar o que convém a carne. Não somos nossos; portanto, esqueçamos, na medida do possível, a nós mesmos e tudo o que é nosso. Pelo contrário, somos do Senhor; logo, vivamos e morramos para Ele. Somos de Deus; portanto, deixemos a sua sabedoria e vontade presidir todas as nossas ações.
Um dos nomes mais lembrados como sinônimo de fidelidade ao Senhor, na história das missões, é o de Jim Elliot. Missionário de Asas do Socorro entre a tribo Auca, no Equador, ele e sua equipe arriscaram a vida por diversas vezes ao fazerem contato com um povo até então isolado. Elliot foi martirizado com seus amigos, em um dos fatos que mais chocou o movimento missionário da época. Entretanto, o trabalho não parou; missionários regressaram, e os indígenas foram alcançados, evangelizados, batizados. E hoje louvam a Deus pelas vidas de Jim Elliot e seus amigos, que não desistiram perante os riscos.
Em uma de suas cartas, escrita no auge de seu entusiasmo missionário, Elliot lançou-nos um desafio: “Viva de tal forma que, ao chegar a hora de sua morte, nada mais tenha a fazer se não morrer”


 I. O Clamor do Mundo
(Mateus 4. 16).
“O povo que estava em trevas viu uma grande luz; e os que estavam assentados na região e a sombra da morte a luz raiou”

O problema que o mundo enfrenta é de ordem espiritual, e só podem ser solucionado através do Evangelho de Cristo.
O quadro social da Galiléia pode servir como amostra da humanidade sem Cristo. Além da mensagem de salvação, Jesus trazia conforto aos sofredores, e lenitivo para a alma. Ele se compadecia das multidões, pois eram como ovelhas que não tem pastor. Hoje as necessidades humanas são as mesmas daquele tempo, e a igreja tem a solução para os problemas do nosso povo: Jesus!
Um casal de missionários recém chegado para trabalhar na Índia estavam à beira do rio Ganges - rio que corta quase todo país indiano. O casal orava e observava atentamente as pessoas que ali faziam suas preces, que se banhavam nas águas sujas do rio, depositavam os cadáveres de seus entes queridos seguindo as leis do Hinduísmo e a multidão de turistas que ali estava para fotografar e receber uma bênção especial do rio mais sagrado, misterioso e adorado da Ásia.
De repente, uma cena estranha e bizarra lhes roubou a atenção. Uma mulher que descia em direção ao rio, com passos firmes e rápidos, segurava em seus braços uma criança imóvel e indefesa. Aquela mulher ao aproximar-se da margem do rio, desenrolou a criança que estava se mexendo lentamente e a lançou com toda força nas correntezas do Ganges. Tudo foi muito rápido, estranho e inesperado.
As águas barrentas do rio engoliram ferozmente a pobre criança indefesa, que não teve nem tempo de dar o último suspiro. Como será a reação de alguém que está se afogando em águas fundas e escuras de um rio? E como se sente uma criança de colo que se afoga sem ter o direito de chorar?
Após essa ação trágica e triste, a jovem mulher prostrou-se diante das águas e começou a fazer alguns rituais e súplicas. Coisas estranhas aos olhos de um cristão, que não está acostumado a ver tais práticas.
O casal de missionários, perplexo, resolveu se aproximar da jovem mulher para abordá-la, fazer-lhe algumas perguntas e, quem sabe, ajudá-la a mudar de vida:
- Quem era aquela criança? - Perguntou o casal.
- Era meu filho - Respondeu firmemente a jovem mulher.
- Você o amava?
- Claro que sim, eu o amava muito. Era meu único filho.
- Então, por que você o jogou no rio para que ele morresse?
- Porque o deus que eu sirvo me pediu como sacrifício vivo. Apenas o obedeci!
Naquele instante, diante de tal resposta, o casal movido de muita compaixão e amor por aquela mulher que estava cega pela religião hindu, começou a falar-lhe sobre o amor de Deus por nós e o sacrifício que já foi feito por Jesus na cruz, para que não precisássemos mais fazer esse tipo oferenda viva. Eles gastaram algumas horas conversando e orando por aquela jovem senhora. Ela entendeu o plano de salvação e com o coração quebrantado e arrependido, entregou a sua vida para Jesus. Decidiu abandonar aquela religião maldita.
Depois que entendeu o erro que havia cometido ao lançar o único filho ao rio, a mulher com os olhos cheios de lágrimas e soluços, fitou o casal de missionários e exclamou em alta voz:
- Se vocês tivessem vindo a algumas horas antes, para me falar sobre Jesus e o amor de Deus, o meu filho não estaria morto. Eu ainda o teria comigo em meus braços!!!
O que você faria se fosse um dos missionários que presenciou aquela cena inusitada? Qual seria a sua resposta à aquela jovem e triste mãe? De quem é a culpa, quando tanta gente morre sem conhecer a Cristo?
Cenas como essa estão se repetindo diariamente no mundo. Pessoas que vivem debaixo do jugo do diabo e clamam pelo evangelho. Pessoas que precisam apenas de alguém que vá até elas para lhes falar do amor de Deus. Pessoas que não sabem para onde ir, que necessitam de ajuda espiritual e ser alcançadas pela graça de Deus através da sua igreja.
Quando pensamos em missões, pesa sobre nós uma grande responsabilidade e privilégio de sermos co-participantes com Cristo na ação redentora da humanidade. Privilégio tal, que nem os anjos poderiam desfrutar, pois foi conferido apenas aos embaixadores de Cristo na terra. Você e eu! Hoje, fala-se muito sobre missões no Brasil. Usamos até jargões que dizem: "missões está no coração de Deus", ou, "Deus tinha um único Filho e fez dEle um missionário", quem sabe esse outro que diz: "pede-me e te darei as nações por herança", ou ainda, o versículo mais usado nas conferências missionárias, que nos exorta dizendo:

"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". Atos 1: 8.

A primeira parte do versículo é fácil de ser explanada. Quem não gostaria de ser cheio do Espírito Santo? Quem não gosta de poder? Mas, espere um pouco antes de você almejar ser cheio do Espírito. O restante do versículo é banhado de compromisso e muita responsabilidade. Será que estamos dispostos a obedecer ao chamado de Jesus? Transmitir esse poder como testemunhas vivas, aos que ainda não o conhecem?
Alguns até obedecem e focalizam apenas Jerusalém. Outros vão até a Judéia e Samaria. Mas quem se arrisca ir até os confins da terra?
A verdade é que, omitimo-nos quando temos que assumir a responsabilidade de orar, alcançar as nações, ou enviar um missionário a um povo (nos confins da terra) que está distante do nosso arraial. É mais cômodo trabalhar num lugar onde vemos os resultados imediatos; que poderão ser trazidos para nossa igreja. Até deturpamos a Palavra de Jesus dizendo que devemos alcançar primeiramente a nossa Jerusalém (cidade onde moramos), depois ir para Samaria, até chegar nos confins. Se você observar nas entrelinhas do versículo acima proferido por Jesus, notará que o Senhor não nos ensinou assim e a palavra não pode ser traduzida pela metade, o chamado é integral. Ele disse que a nossa responsabilidade de alcançar Jerusalém é a mesma que temos para atingir os confins da terra. Por isso ele usou os termos “ tanto - como”. Que quer dizer que o trabalho deve ser desenvolvido simultaneamente. Isto é, tanto no bairro onde eu moro, como nas montanhas geladas do Tibete. Tanto em Contagem, cidade onde moro, como nas aldeias indígenas. Tanto em Minas Gerais, estado onde eu moro, como na Arábia Saudita. Tanto no Brasil, país onde eu moro, como na América, África, Europa,
Ásia, Oceania, ou em qualquer outro lugar do mundo onde existem pessoas que precisam ouvir sobre as Boas Novas de Salvação. A responsabilidade é a mesma e esta foi dada a igreja. O trabalho deve ser feito ao mesmo tempo.
A igreja foi chamada para evangelizar, ser luz e sal neste mundo tenebroso. Quando perde ou não vive essa visão, não tem motivo para existir, pois o fim das coisas que fazemos na terra, não deve ser a nossa própria glória mas sim a glória de Deus. Isso só pode ser alcançado quando nos envolvemos na obra de reconciliação da humanidade com Cristo, que veio para salvar o que se havia perdido.
Entendemos, então, que missões é mais do que realizarmos uma conferência missionária uma vez por ano em nossas igrejas. É saber que existe uma grande massa de pessoas que precisa ser evangelizada. Que precisa ser discipulada, e este envolvimento deve ser sempre, o ano inteiro. Missões é se envolver de corpo e alma no maior projeto de vida estabelecido pelo próprio Senhor Jesus Cristo. É ter a consciência que Deus nos chamou para esse projeto tão espetacular e a Sua palavra nos garante esse chamado.


 Márcio Andrade