I- A
PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA.
1.
Prosperidade
e consumo
Enquanto
os tais doutores encorajavam o consumo e o acúmulo de bens materiais, o Senhor
Jesus e seus apóstolos até desencorajam tal idéia:
Mateus 6.
19
“Não ajunteis para vós tesouros na terra;
onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas
ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem,
e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará
também o teu coração.”
1 Tm 6.
8-10 “tendo, porém, alimento e vestuário,
estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em
tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem
os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores.”
Sucesso e
consumo são termos que definem o que se considera hoje prosperidade, todavia é
importante ressaltar; a prosperidade de acordo com o ensino apostólico, não
significa realização material, mas o aprofundamento da comunhão do ser humano
com Deus. A bíblia incentiva a perda desses bens:
Fp 3.
7,8, “sim, na verdade, tenho também como perda
todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;
pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para
que possa ganhar a Cristo,”
Lc 18.
22, “Quando Jesus ouviu isso, disse-lhe:
Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens e reparte-o pelos pobres, e
terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.”
Lc 19.
2,8, “2 Havia ali um homem chamado
Zaqueu, o qual era chefe de publicanos e era rico.
8 Zaqueu, porém,
levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos
meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo
quadruplicado.”
2.
Prosperidade
e futuridade
A bíblia nos exorta a não confiar nas riquezas:
1 Tm 6.
19, “manda aos ricos deste mundo que não
sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em
Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos;”
A não acumular riquezas:
Mt 6. 19,
“Não ajunteis para vós tesouros na terra;
onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;”
Se
colocarmos o coração nos bens materiais, certamente cairemos na tentação da
cobiça:
1 Tm 6.
9,10, ”Mas os que querem tornar-se ricos
caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as
quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é
raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores.”
Tiago diz
que, a confiança nos bens terrenos conduz a opressão e ao engano:
Tg 2.6;
5. 4, “Mas vós desonrastes o pobre.
Porventura não são os ricos os que vos oprimem e os que vos arrastam aos
tribunais?
Eis que o salário que fraudulentamente
retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores
dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.”
II- A PROSPERIDADE
EM O NOVO TESTAMENTO É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE DE TER
1.
Tesouro
na terra.
O Novo Testamento nos adverte quanto ao perigo da inversão dos
valores eternos
Lc 12.
13-21, “Disse-lhe alguém dentre a multidão:
Mestre, dize a meu irmão que reparte comigo a herança. Mas ele lhe respondeu:
Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós? E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos
de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância
das coisas que possui. Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um
homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que
farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei
os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus
cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos
bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse:
Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem
será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.”
2.
Tesouros
no céu
Acreditava-se
que a riqueza era evidência de salvação! Jesus prontamente corrigiu essa idéia
em Lucas 12. 15 “E disse ao povo:
Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem
não consiste na abundância das coisas que possui.”
Não se
esqueça, Cristo deve ser buscado e almejado, porque nEle estão todos os
verdadeiros tesouros e riquezas.
III- A
PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA
1.
Uma
Igreja com diferentes classes sociais.
Quando a
igreja teve início, pessoas de todas as classes sociais agregaram-se a nova fé,
em Atos 6. 7, “E divulgava-se a palavra
de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em
Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé.”
2.
Não
esquecer dos pobres.
Os
cuidados com os menos favorecidos é um dever da igreja. Gálatas 2.10 “recomendando-nos
somente que nos lembrássemos dos pobres; o que também procurei fazer com
diligência.”
Paulo
aqui está falando de uma orientação dada por Pedro, Tiago e João. Assim
orientado, Paulo iniciou uma campanha para arrecadar donativos para os crentes
pobres de Jerusalém. As igrejas gentias generosamente responderam ao apelo do
apóstolo. Em Romanos 15. 26 diz: ”Porque
pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres
dentre os santos que estão em Jerusalém.”
“Bem aventurado é aquele que atende ao
pobre; o Senhor o livrará no dia mal” (Sl 41. 1).
Fé e obras se completam
inseparavelmente na vida daqueles que vivem para Jesus.
Atender ao pobre nas suas necessidades
é um preceito bíblico (Lv 23. 22; Dt 15. 11; Sl 41. 1; 82. 3; At 11. 28-30; Gl
2. 10). A missão assistencial da igreja no mundo é a continuação da obra
iniciada por Jesus. Assim como Jesus jamais se esqueceu dos pobres, a igreja
não deve desprezá-los (Lc 4. 18, 19). O imperativo da Grande Comissão inclui,
na essência da mensagem do evangelho, o atendimento das pessoas necessitadas.
Ver Mt 25. 35-40; Jo 13. 14, 15).
Ação Social é a ação que busca eliminar
as causas das necessidades humanas. Em Dt 15. 10, 11, é uma das referências no
AT que fala sobre o nosso dever de ajudar, socorrer os necessitados. Devemos
atender o pedinte (Dt 15. 7-10) e ao carente de víveres para sua sobrevivência
(Sl 135. 15). A justiça social ordenada por Deus determina que os ricos não
desprezem os pobres (Dt 15. 7-11), e que os estrangeiros, as viúvas e os órfãos
fossem atendidos em suas necessidades (Êx 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29).
No NT nós encontramos referências que
falam a respeito do nosso dever de ajudar os necessitados em Mt 26. 11; Gl 2.
10, aqui estão incluídos os pobres, enfermos, deficientes físicos, crianças,
idosos, desamparados, encarcerados bem como os incapazes de retribuir quaisquer
favores recebidos (Lc 15. 13, 14). Quando Cristo veio ao mundo, a Palestina
estava passando por vários problemas sócio-econômicos, de sorte que muitos o
buscavam apenas para saciar a fome (Jo 6. 26). É justamente neste contexto que
devemos estudar a ação social da igreja primitiva (At 2. 43-46; 6.1; Rm 15.
25-27; 1 Co 16. 1-4; 2 Co 8; 9; Gl 2. 9; Fl 4. 18, 19).
A igreja primitiva cumpria sua missão
social (2 Co 8. 3, 4; 9. 13). A igreja não apenas pregava o evangelho, mas
também atendia àqueles que necessitavam de socorro físico e material (Gl 2. 9,
10). Os seguintes princípios devem nortear o serviço social da igreja:
a) Mutualidade – isto é, ser generosa, recíproca, solidária;
b) Responsabilidade – trata-se de privilégio e não obrigação (2 Co 8. 4; 9.
7);
c) Proporcionalidade – contribuição de acordo com as possibilidades
individuais (2 Co 9. 6,7 A missão da igreja inclui não somente a proclamação
do evangelho, mas também a assistência aos pobres, a cura dos enfermos e a
libertação dos oprimidos pelo Diabo. Agora responda: Será que isso se encerrou nos tempos apostólicos ou serve para nós ainda hoje? é um caso a se pensar. sua igreja é assim?
Conclusão
Quando
somos bem sucedidos, não devemos confiar no sucesso, mas acreditar em Deus, que
nos concedeu os talentos; permanecer humildes, honestos e dependentes; saber
que, por alguma razão, recebemos um dever sagrado; não depender de títulos,
influências, dinheiro ou posição; confiar diariamente no Criador e saber que,
tenhamos muito ou pouco, o seu amor por nós jamais mudará. Ele não se impressiona
com riqueza, educação ou poder. O que o impressiona é a nossa confiança sincera
nEle.
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