“O povo que estava em trevas viu uma grande luz; e os que estavam
assentados na região e a sombra da morte a luz raiou” (Mateus 4. 16).
O problema que o mundo enfrenta é de ordem espiritual, e só podem ser
solucionado através do Evangelho de Cristo.
O quadro social da Galiléia pode servir como amostra da humanidade sem
Cristo. Além da mensagem de salvação, Jesus trazia conforto aos sofredores, e
lenitivo para a alma. Ele se compadecia das multidões, pois eram como ovelhas
que não tem pastor. Hoje as necessidades humanas são as mesmas daquele tempo, e
a igreja tem a solução para os problemas do nosso povo: Jesus!
Um casal de missionários recém chegado para trabalhar na Índia estavam à
beira do rio Ganges - rio que corta quase todo país indiano. O casal orava e
observava atentamente as pessoas que ali faziam suas preces, que se banhavam
nas águas sujas do rio, depositavam os cadáveres de seus entes queridos
seguindo as leis do Hinduísmo e a multidão de turistas que ali estava para
fotografar e receber uma bênção especial do rio mais sagrado, misterioso e
adorado da Ásia.
De repente, uma cena estranha e bizarra lhes roubou a atenção. Uma
mulher que descia em direção ao rio, com passos firmes e rápidos, segurava em
seus braços uma criança imóvel e indefesa. Aquela mulher ao aproximar-se da
margem do rio, desenrolou a criança que estava se mexendo lentamente e a lançou
com toda força nas correntezas do Ganges. Tudo foi muito rápido, estranho e
inesperado.
As águas barrentas do rio engoliram ferozmente a pobre criança indefesa,
que não teve nem tempo de dar o último suspiro. Como será a reação de alguém
que está se afogando em águas fundas e escuras de um rio? E como se sente uma
criança de colo que se afoga sem ter o direito de chorar?
Após essa ação trágica e triste, a jovem mulher prostrou-se diante das
águas e começou a fazer alguns rituais e súplicas. Coisas estranhas aos olhos
de um cristão, que não está acostumado a ver tais práticas.
O casal de missionários, perplexo, resolveu se aproximar da jovem mulher
para abordá-la, fazer-lhe algumas perguntas e, quem sabe, ajudá-la a mudar de
vida:
- Quem era aquela criança? - Perguntou o casal.
- Era meu filho - Respondeu firmemente a jovem mulher.
- Você o amava?
- Claro que sim, eu o amava muito. Era meu único filho.
- Então, por que você o jogou no rio para que ele morresse?
- Porque o deus que eu sirvo me pediu como sacrifício vivo. Apenas o
obedeci!
Naquele instante, diante de tal resposta, o casal movido de muita
compaixão e amor por aquela mulher que estava cega pela religião hindu, começou
a falar-lhe sobre o amor de Deus por nós e o sacrifício que já foi feito por
Jesus na cruz, para que não precisássemos mais fazer esse tipo oferenda viva.
Eles gastaram algumas horas conversando e orando por aquela jovem senhora. Ela
entendeu o plano de salvação e com o coração quebrantado e arrependido,
entregou a sua vida para Jesus. Decidiu abandonar aquela religião maldita.
Depois que entendeu o erro que havia cometido ao lançar o único filho ao
rio, a mulher com os olhos cheios de lágrimas e soluços, fitou o casal de
missionários e exclamou em alta voz:
- Se vocês tivessem vindo a algumas horas antes, para me falar sobre
Jesus e o amor de Deus, o meu filho não estaria morto. Eu ainda o teria comigo
em meus braços!!!
O que você faria se fosse um dos missionários que presenciou aquela cena
inusitada? Qual seria a sua resposta à aquela jovem e triste mãe? De quem é a
culpa, quando tanta gente morre sem conhecer a Cristo?
Cenas como essa estão se repetindo diariamente no mundo. Pessoas que
vivem debaixo do jugo do diabo e clamam pelo evangelho. Pessoas que precisam
apenas de alguém que vá até elas para lhes falar do amor de Deus. Pessoas que
não sabem para onde ir, que necessitam de ajuda espiritual e ser alcançadas
pela graça de Deus através da sua igreja.
Quando pensamos em missões, pesa sobre nós uma grande responsabilidade e
privilégio de sermos co-participantes com Cristo na ação redentora da
humanidade. Privilégio tal, que nem os anjos poderiam desfrutar, pois foi
conferido apenas aos embaixadores de Cristo na terra. Você e eu!
Hoje, fala-se muito sobre missões no Brasil. Usamos até jargões que
dizem: "missões está no coração de Deus", ou, "Deus tinha um
único Filho e fez dEle um missionário", quem sabe esse outro que diz:
"pede-me e te darei as nações por herança", ou ainda, o versículo
mais usado nas conferências missionárias, que nos exorta dizendo:
"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e
até os confins da terra". Atos 1: 8.
A primeira parte do versículo é fácil de ser explanada. Quem não
gostaria de ser cheio do Espírito Santo? Quem não gosta de poder? Mas, espere
um pouco antes de você almejar ser cheio do Espírito. O restante do versículo é
banhado de compromisso e muita responsabilidade. Será que estamos dispostos a
obedecer ao chamado de Jesus? Transmitir esse poder como testemunhas vivas, aos
que ainda não o conhecem?
Alguns até obedecem e focalizam apenas Jerusalém. Outros vão até a
Judéia e Samaria. Mas quem se arrisca ir até os confins da terra?
A verdade é que, omitimo-nos quando temos que assumir a responsabilidade
de orar, alcançar as nações, ou enviar um missionário a um povo (nos confins da
terra) que está distante do nosso arraial. É mais cômodo trabalhar num lugar
onde vemos os resultados imediatos; que poderão ser trazidos para nossa igreja.
Até deturpamos a Palavra de Jesus dizendo que devemos alcançar primeiramente a
nossa Jerusalém (cidade onde moramos), depois ir para Samaria, até chegar nos
confins. Se você observar nas entrelinhas do versículo acima proferido por
Jesus, notará que o Senhor não nos ensinou assim e a palavra não pode ser
traduzida pela metade, o chamado é integral. Ele disse que a nossa
responsabilidade de alcançar Jerusalém é a mesma que temos para atingir os
confins da terra. Por isso ele usou os termos “ tanto - como”. Que quer dizer
que o trabalho deve ser desenvolvido simultaneamente. Isto é, tanto no bairro
onde eu moro, como nas montanhas geladas do Tibete. Tanto em Contagem, cidade
onde moro, como nas aldeias indígenas. Tanto em Minas Gerais, estado onde eu
moro, como na Arábia Saudita. Tanto no Brasil, país onde eu moro, como na
América, África, Europa, Ásia, Oceania, ou em qualquer outro lugar do mundo
onde existem pessoas que precisam ouvir sobre as Boas Novas de Salvação. A
responsabilidade é a mesma e esta foi dada a igreja. O trabalho deve ser feito
ao mesmo tempo.
A igreja foi chamada para evangelizar, ser luz e sal neste mundo
tenebroso. Quando perde ou não vive essa visão, não tem motivo para existir,
pois o fim das coisas que fazemos na terra, não deve ser a nossa própria glória
mas sim a glória de Deus. Isso só pode ser alcançado quando nos envolvemos na
obra de reconciliação da humanidade com Cristo, que veio para salvar o que se
havia perdido.
Entendemos, então, que missões é mais do que realizarmos uma conferência
missionária uma vez por ano em nossas igrejas. É saber que existe uma grande
massa de pessoas que precisa ser evangelizada. Que precisa ser discipulada, e
este envolvimento deve ser sempre, o ano inteiro. Missões é se envolver de
corpo e alma no maior projeto de vida estabelecido pelo próprio Senhor Jesus
Cristo. É ter a consciência que Deus nos chamou para esse projeto tão
espetacular e a Sua palavra nos garante esse chamado.
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